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sábado, 25 de novembro de 2006

Fábula do Infortúnio

Na calma de uma noite
Onde o céu ameaçava cair
Ousei escrever-te ao coração.
Desejei lembrar-te de mim,
Ouvindo a nossa canção

Prometeste ser a felicidade
O sorriso que ambicionava em mim.
Eu seria a tua casa,
E o teu perfumado Jardim.

O Inverno chegou mais cedo
E nada consegui fazer:
As rosas fecharam-se a medo,
O chão acabou por desfalecer.

Hoje lembro o desejo
De um dia te querer
Não fora mais que um anseio
Te poder enaltecer.

És tudo o que quero em mim
Tudo isso e algo mais
Pena acabar assim:
Embora unos, éramos desiguais.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Confusão

O silêncio é ruidoso,
toldam-se os sentidos
imersos na longínqua recordação
mais recente de terem sentido.
Que sentido?
O estímulo fisiológico do ser
que nada tem a sentir,
apenas servir.
Servir de caos,
ajudar na entropia central.
Confissão que algo vai mal.
Servir ao próximo, dar prazer
elevar o ser, o ego.
Passado o instante que fica?
A amalgama quente e abrupta
daquilo que queremos ter
ou a recordação amarga
que tudo o que foi, não volta a ser.

É este o nosso universo,
aqui residimos, insistimos ficar,
embora querendo mudar,
não há para onde ir, é este o lugar.


quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Tanto Silêncio

Tanto Silêncio
É tudo o que encontro no fundo
Tudo o que se esconde do mundo
E se cala em mim.
Silêncio,
Quando tanto há a dizer,
Expressão máxima da dor
E miséria do ser:
O Silêncio.
Gritas calado,
Os silêncios que te vão na alma
Manténs fechado
Toda a confusão que te chama.
E sentes Silêncio
Quando te olham e perguntam o quê?
Respiras Silêncio
Quando te fechas e pensas porquê?
E sufocas em Silêncio
Quando percebes porquê.
Porque não percebes,
…tanto Silêncio.
Todos te falam
E percebes silêncio
E quando falas? Nem falas
É silêncio.

(imagem: Quadro de Luca Curci - Caronte)


terça-feira, 31 de outubro de 2006

Depressão

Três sílabas de expressão
traduzem todo o sentido,
demonstram a confusão.

A mudança repentina do estar
e a perda da força de lutar
são em mim tão comuns
como para ti alguns
dos ritos humanos de amar.

A falta de exactidão
no entendimento do que sinto
e os silêncios na expressão
mostram que te minto.

Calo o que digo
e o que calo quero falar,
Abafo um pedido
morto por se soltar

Sorrio para ti
quando o choro dentro de mim
é difícil suportar.

É esta a depressão
que envolve o meu peito.
Todos os mistérios do coração
com que acordo e me deito.

Sem Título

No arrependimento de uma noite,
No relâmpago repentino do desejo,
incandescente, rouco, louco, quente…
…louco desejei tocar-te,
Possuir-te na essência, na semente
da obsessão sonhei ter-te.

Na minha busca demente
do seio da paixão ardente
Perdi o norte, esqueci a sorte,
Na cegueira dos sentidos e
na plenitude do coração.

Perdi a razão e saltei em frente,
Balancei pendente, caindo no chão.
Quem posso ser sem ser eu?

(aceitam-se opiniões para o título)