A reflorestar o bosque poético.
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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Versopia, Ensaio I


Versopia

É mais que poesia,
muito mais que um sentimento
É uma estranha Ironia
e a minha forma de sustento.

É um dar que nunca acaba
e um ter que não termina
Um impulso que arrebata
toda uma escrita fina.

É a poesia irreverente
na rima mais sadia
A angustia deprimente
da mente mais vadia.

Versopia é um sentir
de uma forma de não estar
A maneira de fugir
do coração que se quer matar.

É um estado indefinido
que não ata nem desata
Qualquer desejo reprimido
tanto corroí, até que mata.

Um explodir em sensações
na experiência d' escrever
mil e uma emoções
que uma vida tem que ter.

Versopia é poesia em desvario
da revolta ainda a quente
A proposta e desafio
à geração decadente.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Doce

Se fosses tão doce,
como esse teu jeito doce,
como o teu respirar.
Essa forma de estar
e a maneira de olhar;
se dessa boca doce
que fala a cantar
saísse um beijo que fosse
chegava para me contentar.

Se fosses mulher,
como de doce,
como outra qualquer,
mas sem imitar
serias lua cheia
e a vista estelar;
E doce, tão doce
o céu inteiro a brilhar.

Se te quero assim, doce
por um momento que fosse
É porque há em ti um doce
à espera de se revelar.

Se te quiseres mostrar,
doce,
Eu hei de te encontrar.

O homem que espera

Enquanto espera sentado
nesse banco, num qualquer lado
de olhar alheado,
o tempo passar

Já estava combinado
como fora esperado,
como no passado,
ela chegar

Olha o relógio, insiste
espera e desiste e
vai-se cabisbaixo e triste
não há volta a dar

Sempre foram os dois
como o antes e o depois
Tempo, que cruel sois
como podes dar e tirar?

Partiu numa outra aventura
numa prova de força dura,
desta vida estranha e obscura,
que é aprender a amar.

domingo, 26 de outubro de 2008

Foi


Já não dá
o tempo já não volta
o mundo é outro
e está noutra rota.
Vão-se os pés
vêm novas marés
que apagam as provas
Todos crescemos
e a terra muda
a evolução é absurda
Tudo se vai,
e a história se esvai
entre as gotas da chuva.
Já não conheço ninguém
muda-se à toa,
mas não sinto desdém,
embora me doa...

mas um dia passa.

sábado, 25 de outubro de 2008

Resta-me a Quadra


Busco-me em palavras
sondo-me em talento,
Em cada rima
procurando um alento.

Persigo a loucura
em cada oração
Na busca de uma cura
para a solidão

Será que sou eu?
Será que sei quem sou?
É problema meu
e sou eu que não me dou?

P'la certa é a loucura
que às tantas me acercou
Sina que há tanto dura
e por fim lá me ganhou

Resta-me a quadra
que nunca me abandona
Como a boa Enamorada
que sempre a casa torna.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Vem


Vem,
Da-me a tua mão
faz-me sentir vivo
não digas que não

Conheço-te
talvez melhor que a mim
espero-te assim,
comigo

A cada momento
sonho-te aqui
vejo-te a Ti
no meu pensamento

Vem,
Sei que procuras
Tu também choras
e as lutas são mais duras
com o perder das horas

Gastemos abraços,
juntemos laços
em tempos a dois
Só o agora interessa,
esquece o depois, Vem

Vamos partir à aventura
desenhar uma trama
numa cena madura
Porque o amor também chama
em tempo de loucura

Quero ver-te gelar
em todo o meu calor
sentir o teu respirar
entre beijos de ardor

Vem,
Não aguento esta dor
Quero ver o céu
tirar o teu véu
e descobrir o amor

Vem

Dia13















Lê, descobre-me
Interpreta-me a teu gosto
Espelha-o no rosto:
o Gesto feliz.
Se és tu quem diz
que quem o faz sem esforço
já não é aprendiz.
Mostra-me um rosto feliz :)

Espero que tenhas Gostado.
É inteiramente Teu.
Um Grande Beijo ***

segunda-feira, 13 de outubro de 2008


Sempre Só,
tão Só.

Nesta rua deserta
numa sina tão certa
descubro-me a mim:
Só.

A lua, eu
a noite e o breu
E eu; aqui
Só.

Sem nada nem ninguém
sem ir mais além
da solidão refém

E simplesmente "sem"
E Só.











(Imagem: Pixdaus - "Alone")

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Egocentro

Existe um lugar
perdido do mundo
escondido bem fundo
Onde me podes encontrar

Aqui tudo é vazio e ausente,
não se encontra o passado
não se olha ao presente
nem se vislumbra esperança
no futuro emergente

Não existe acção
onde tudo é negação

Centro de forças
no centro de mim
Onde tudo começa
e encontra o seu fim

Acode, desperta,
aperta e explode
Agudiza, torneia
nauseia e suaviza
Gira e estontece
e nada acontece.
Não vale, nem merece

Se me vens procurar
entende o que sou
vê o que mudou
E conhece o lugar

Se me queres conhecer
tens de entender
onde eu sou
e porque não vou
daqui.

Se me ousas buscar
perdes o momento
e consomes o alento
e o destino é ficar.

domingo, 28 de setembro de 2008

(Ser) Por Ti

Sabes o que é morrer
e voltar por Ti?
Uma vida a sofrer
e continuar assim.

Passam os dias,
vivem-se os anos,
esgotam-se os momentos
e sou eu por Ti.

Sou por Ti
como o sangue no corpo
como a terra no morto
e o amor por Ti.

Os momentos passados
os nossos abraços dados
E os beijos por Ti.

A vida por Ti
como a morrer
sobrevivi
Só para poder
ser,
por Ti.












à merecida detentora do
manuscrito original.
Um Grande Beijo***

sábado, 27 de setembro de 2008

Serenata Veterana

Serenata,
Paródia de praxe Académica



Oh minha mal aventurada Veterana
Para ti que acabou mal a gincana
Te dedico esta humilde composição
Com mil desculpas pela minha acção

Tu que estavas a aldrabar
E eu não sabia como te castigar
Ordenei que te dessem uma lavagem
Graças à tua ladroagem

Ficaste encharcada na roupagem
E mais húmida de pelagem
Eu a arder em calor
A pensar que te ias descompor

Nem por um momento vacilaste
E à desilusão me entregaste
Tu ali com' um Ice Tea
E eu a pensar no biquini

Apanhaste um resfriado
E já parecias um gelado
Pronto a se comer
Com umas trincas a valer

Ficaste afainhosada
Com o raio da marmelada
E a bela da banhada
Ia dando em gripalhada

Fiquei cheio de remorsos
De te ver gelada até aos ossos
Ao menos acabou bem
Não se viu morrer ninguém

Peço desculpa com um beijo
E para a próxima deixo o desejo
Não te deixes enganar
Despe tudo o que te molhar!

domingo, 15 de junho de 2008

Despeço-me

não escrevo mais equações
não procuro mais soluções
as contas são erradas
e as alíneas estão trocadas.

Einstein, Volt ou Ampére
fica para quem quer
que me importa?
Estou noutra rota.

não suporto mais teoremas
não aguento mais dilemas
porquê tantas leis,
tantos diplomas a nadar em axiomas?

calcular, errar, trocar,
ajustar, mudar, venerar

Estamos sempre errados,
os pontos são todos dados
e não há dificuldades,
falemos de verdades!

...ou vivamos de vaidades?

neste zigue-zague de exactidão
perdoe-me a razão
que a vontade já se ofusca
e a labuta já me custa

Tudo isto não é para mim.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Sinto

sinto-me frágil,
sinto-me triste,
sinto-me sozinho,
sinto-me inútil,
sinto-me incapaz,
sinto-me fraco,
sinto-me frouxo,
sinto-me pressionado,
sinto-me angustiado e
sinto-me perdido.
É todo este sentimento sentido,
vivendo-o por viver e
viver sem ter vivido.

sábado, 3 de maio de 2008

Sem Titulo

Consegue o gesto ténue
penetrar o insondável coração
como faria o gelo áspero
apagar o fogo de uma paixão?

Soltam-se beijos frios
na pressa de um adeus
Despegam-se os corpos amarrados
de mil fados cansados
desses tantos fados seus.

Hábeis gestos inocentes
mecânicos de tanta vontade
Escondem a dura verdade
dos velhos pensamentos pendentes.

Nas palavras ditas
quentes e bonitas
tão pouco convincentes
nos sorrisos rasgados
no olhar de ocasião
fica sempre o que mais interessa
conta sempre a intenção.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sozinho

As vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois

Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho

Não sou e nem quero ser o seu dono
É que um carinho as vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só conto pra você e mais ninguém

Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela de repente me ganha

Quando a gente gosta é claro que a gente cuida
Fala que me ama só que é da boca pra fora
Ou você me engana ou não está madura
Onde está você agora?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

(Sem) Sentido


É ver em vão
ver o rasto de quem parte,
quem deixa sem ter estado
no estado que nunca foi,
é ver em vão

É escutar em vão
escutar palavras já passadas,
sem futuro nem desejo
nem desejo no futuro,
nas palavras escutadas em vão

Esse cheiro em vão
cheiro a Primavera perfumada
que esconde o inverno em si,
abafa o sonho,
febril de Verão
que cheirar em vão

Será gostar em vão,
procurar na maçã sustento
e cair em tentação?
Oh serpente do paraíso
não farás tu preciso
pecar eu em vão?

É pois sentir em vão
sentir no peito ainda quente
o frio da solidão
morrer no sangue da despedida,
toda a vida,
perdida em vão.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Estórias

Chamavam-lhe "Menina",
os navegantes,
quando chegavam errantes,
plenos de rum e de sal.
Sabiam-na lá
e conheciam o seu mal:
não saber dizer não.

Mil homens passaram
outros tantos a amaram
jamais deixando lembrança
Vindo da tormenta
nenhum homem aguenta,
chegada a bonança.

Procuravam o gozo,
a paixão,
trocando o seu não
por um punhado de estórias
e ela vivia as suas glórias
bem lá no mar.

Chegavam em romaria
e todo o marinheiro queria
a "Menina" encontrar.
Todos sabiam seu perfume
conheciam o seu lume
e adoravam se queimar.

Mil leitos passados,
incontáveis beijos dados
Em mil horas de prazer.

As estórias não fazem vidas
e todo o ser busca
até se encontrar.
Quantos se perdem no caminho
quando a busca é o destino
e nada há além do mar.

Encontraram-na no Tejo,
braços estendidos ao seu amor.

Estórias:
outrora brilhos em seu olhar
eram agora seu corpo hirto,
lutando por boiar.

















(Imagem Andy Higgs - All at Sea)

domingo, 9 de março de 2008

Ter

Tão imundo,
sujo e pestilento,
como um cão largado ao relento.
Abandonado e triste
mas sem choro,
sem queixume.
Encontrou no lixo o seu perfume.

A lástima fica aos fracos
como a dor do nunca ser.
Aos outros cabe a vontade:
a virtude de não ceder.

Na palavra já sem vida,
mecânica e sem expressão,
nas vozes que se calam,
não apelam mais à razão.
Em pessoas sem passos,
sem trilho a percorrer;
em feridas que doem,
que sangram sem saber.

Entrou pela porta dos fundos.
Encontrou neste, outros mundos
e fez deles a sua casa.

O corpo hirto,
feito de fome e de frio
faz da vida um mito,
em busca de desafio.

Aos que nunca viram
e não sabem o que é sofrer
diz que o corpo não doi,
quando nada há a perder.

Nesta vida terrena
o sofrimento é seu irmão.
Por mais que o corpo doa
não lhe deixa recordação.
O seu mal é o vazio
que lhe preenche o coração.
É o que morre de fome.
É o que treme de frio

É o que não encontra amparo
na vontade de vencer,
por mais que por ele se lute
mais ele nos vai doer.

"Ninguém vive sem palavras,
sem emoções ou sem alimentos.
Ninguém vive sem falar,
sem acções ou sentimentos."

domingo, 2 de março de 2008

Último Suspiro

Arte Urbana.
Poesia Sonora.
Uma Página de História.
Brilhante.


"
Estás a sentir
Uma página de história
Um pedaço da tua glória
Que vai passar breve memória
Tamos no pico do verão mas chove
Por todo o lado
Levo uma de cada
Já estou bem aviado
Cuspo directo no caderno
Rimas saídas do inferno
Que passei à tua pala
Num tempo que pareceu eterno
Estou de cara lavada
Tenho a casa arrumada
Lembrança apagada
De uma vida quase lixada

Passeio na praia
Atacado pelos clones
São tantos e iguais
Sem contar com os silicones
Olho para o céu
Mas toda a gente foi de férias
Apetece-me gritar
Até rebentar as artérias

(Respiro fundo)
E lembro-me da força
(Que guardo dentro do meu corpo)
Espero que ela ouça

Todo o amor deste mundo
Perdido num segundo
Todo o riso transformado
Num olhar apagado
Toda a fúria de viver
Afastada do meu ser
Até que um dia acordei
E vi que estava a perder
Toda a força que cresceu
Na vida que Deus me deu
Uma vontade de gritar bem alto:
O meu amor morreu
Todo o mundo há-de ouvir
Todo o mundo há-de sentir
Tenho a força de mil homens
Para o que há de vir

Flashback instantâneo
Prazer momentâneo
Penso em ti até
Que bate duro
No meu crânio
Toda a dor
Toda a raiva
Todo o ciúme
Toda a luta
Toda a mágoa e pesar
Toda a lágrima enxuta
Alieno como posso
Não posso encher a cabeça
Não há dinheiro
Nem vontade
Ou amor que o mereça
Não vou pensar de novo,
Vou-me pôr novo
Neste dia novo
Estreio um coração novo
Visto-me de branco
Bem alegre no meu luto
Saio para a rua
Mais contente que um puto
Acredita que custou
Mas finalmente passou
No final do dia
Foi só isto que restou

(Respiro fundo)
E lembro-me da força
(Que guardo dentro do meu corpo)
Espero que ela ouça

Todo o amor deste mundo
Perdido num segundo
Todo o riso transformado
Num olhar apagado
Toda a fúria de viver
Afastada do meu ser
Até que um dia acordei
E vi que estava a perder
Toda a força que cresceu
Na vida que deus me deu
Uma vontade de gritar bem alto:
O meu amor morreu.
Todo o mundo há-de ouvir
Todo o mundo há-de sentir
Tenho a força de mil homens
Para o que há de vir
Vai haver um outro alguém
Que me ame e trate bem
Vai haver um outro alguém
Que me ouça também
Vai haver um outro alguém
Que faça valer a pena
Vai haver um outro alguém
Que me cante este poema
"

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Amar

Vão, vago, omisso,
por vezes castiço.
Fogo forte e ardente,
sangue quente
que explode no peito.
Desejo urgente, pungente
de amor sem defeito.

Tal pomba que voa em liberdade,
sem maldade, amarrada ao coração.
Sentido atroz de união,
sem voltar atrás, sem perdão.
É perder a noção.
Amor de perdição.

Amor gentil,
sem fachada nem perfil.
É dar a mão.
Unir laços e desejos,
caricias com anseios.
Amar sem senão,
sem posse ou discussão;
sem mudar de tom.

Amar é ser.
Amar é um dom.

"Ama os outros como a Ti mesmo." e;
Sê Feliz.











Mensagem de dia de S. Valentim para todos os casais.
Amem em liberdade;
Paz e Amor.
Sejam Felizes.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

(In)existência

Já não sei... se sei,
se sabes, se sentes
ou se finges, se omites,
não permites; a verdade,
se vês ou não lês,
em mim; o ser
que não é.
Nem sei... se sabes,
se o fazes, que fazes,
quando ages;
e se é propositado.
Quando és em mim,
não sei se o és,
se serás jamais;
se somos iguais.
Já não sei se sei
o que é ser;
se ser é não ter,
ter é não dar e
eu dou o que sou;
Eu sou, mas não sou...
sem Ti.










(Imagem de Luke Chueh: Black in White)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Palavras

Pedes-me palavras,
somente palavras.
Formato versífico,
de tom específico e,
converteza, carácter verdadeiro.
Não sendo dos primeiros
iniciam-se trabalhos,
colam-se retalhos
de mil outros universos literários
e doutros tantos pioneiros.

Pedes-me palavras
e eu escrevo-as com fervor.
Num poema de desatino
junta-se o sinónimo ao antónimo
como o frio ao calor.
Na vida sem destino
cabe tanto ao pesadelo o riso,
como à verdade o horror.

Somente palavras...
de cariz seleccionado
e aspecto rebuscado,
na sua confecção.
Esqueces-te que sou humilde
de natureza e apelo apenas;
ao coração.

Pedes-me palavras,
de "sonzinho" aberto
e sem um único senão.
De letrinha pequenina
do teu alfabeto predilecto
e com pouca acentuação!

Pedes-me Palavras,
Somente Palavras.
Ofereço-te "Amor";
e "Paixão".

Para um "Alguém" que me pediu "Palavras".
Ofereço: