A reflorestar o bosque poético.
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sexta-feira, 18 de abril de 2003

Versos do tempo que passa

Quebro o Silêncio do momento
faz dias que me isolo do mundo
sofro porque dói cá no fundo,
porque não me sais do pensamento

Sei que o tempo passa na rua,
é mais um dia que acaba
só penso em ti, não quero mais nada
mas não tenho nem uma rosa tua

vem linda Princesa, passear-te nos sonhos meus
Assim, finalmente dormirei, porque amor sei
que as palavras minhas são os desejos teus

Caí a noite nesta cidade
Tu sais, é o momento de viver
Eu fico, não vivo, já não tenho essa vontade…

domingo, 13 de abril de 2003

Incerteza

Cada Salto que dou,
Cada apoio que tomo
É simplesmente um raio
Conta apenas um gomo

Nunca me arrependi de nenhum acto
Jamais escolhi mudar,
Não sinto saudades do passado
Quero apenas voltar

E nas nostalgias presentes
de silhuetas esquecidas
há tristezas pendentes
de muitas noites perdidas

Terá o contrasenso razão
se nada guardo de ti
És toda a minha razão
Tudo quanto não esqueci

segunda-feira, 17 de março de 2003

À Consciência


Que som é este que me envolve?
Suspira, convence, abraça,
morde a alma em doces lamúrias.
O som do silêncio convulso que me busca
que me sente e puxa, ele sabe que é ela...
É ela que eu busco.

A luz,
A suave luz magoa, fere o coração,
dói na alma que não a vê, não a sente
No fundo não há luz, esconde-se de mim
desta existência, da insensatez, da irreflexão.
Busco a bruma, a fuga,
a esquina daquela que me viu nascer,
que me há de levar.

Quando a razão escasseia,
os sentidos se toldam,
perco o teu leve perfume,
oh vida que me guiaste,
que me trouxeste até aqui!
Digo, para quê?
Será odiando que me amas?
O teu cheiro doce me enjoa, me enlouquece
de ti fujo para os braços dela

Lembro com saudade o gostoso sabor,
daqueles momentos que me proporcionas-te...
do amor, do prazer, da dor,
da nostalgia de quando olhava para ti
amiga, rival, assassina,
vida que me mataste, não por fora, não
não o cristal, o vidro, não o trapo velho
que me cobre, me disfarça, me amordaça,
me prende aqui, não ali, não lá onde pertenço
mas alma que embrutece, que sucumbe à verdade,
à realidade, ao teu mundo de hipocrisia, ao teu mundo,
mundo do homem parasita, explorador, escravizador,
ao mundo do homem que nada é, apenas dor.

Minha alma aqui se rebaixa a ti, fraca vassala,
rija argila, cozida por ti, pelo teu azedo, pelo teu
ácido, que corrói, que desfaz, que mata!
Já não sinto nem o azedo nem o doce, nem o sal
que antes me temperara a vida, que me amornava,
parto agora para te deixar...

E neste instante
que o silêncio constante me acomoda,
os olhos se fecham
e a luz me tapa, já não te sinto...
Será que fugiste reles cobarde?
Abandonas à sorte criação tua, vontade alheia...
Empurras-me para o exílio, para não de ti falar...
não te acusar,
aldrabona disfarçada de humilde aliciante!
Não te quero! Não te abraçarei, nunca mais,
Renego-te, e à tua suave pele, carapaça de mentiras,
De injúrias, de enganos, não sentirei jamais.

Parto, triste mas confiante
que assim será melhor...
Deixo-te assim, a ti e a todos eles, pois...
teus escravos como eu, mas a eles não consomes tu!
Não deixarei, donde estarei, que o faças,
vida maldita,
Parto...