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sábado, 27 de janeiro de 2007

Irracionalidade Humana

Materializou-se,
e foi devagarinho ganhando forma de gente.
Uma mescla incandescente, rubra, quente
tão ardente mas em simultâneo inocente.

Era Outono das folhas caídas
uma estação de incertezas
de névoas, de estranhezas
e muitas consciências reprimidas.


Pouco a pouco chegou,
instalou-se a um canto apinhado,
poeirento, desarrumado
e ali se aconchegou.
Sem nunca se exaltar
cedo se fez notar
na sua rubra premente
de gesto e opinião.

Tudo olhou,
ficou louco de repente?
Muitos perderam a razão,
o norte, a sorte,
tentados de ilusão.

Cresceu, fez-se mulher.
Aquele cantinho outrora desarrumado
estava agora mobilado e cheio de luz.

O perfume,
comandante de vontades
levou muitas verdades
à beira da negação.
No fundo do coração
outras realidades há
que não encontram ligação.

Algo se encaixou, fazendo-se notar.
No escuro da noite mais negra
há sempre uma candeia a nos alumiar!

Viveu, aprendeu e fez feliz.
Na hora da partida apressa-se a despedida
com medo de partir. Não é fácil chegar,
mas difícil é mudar, sabendo
ser este o lugar.

Partiu, a silhueta desfez-se
e a luz se extinguiu.
A matéria não é gente
e gente não é certamente
o desígnio do coração.
O odor bafiento e os rolos de cotão
ocupam o seu canto favorito,
esse espaço de eleição.

Dizem que era uma manha de nevoeiro.
Ainda guardo o seu perfume trancado a pincel.

És toda a minha irracionalidade humana.

(Para Ti.)

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